Que o cinema nacional tem passado por uma fase espiritualista todo mundo já notou.
Mas isso me fez pensar numa coisa: todos os livros de ficção científica brasileira que já caíram nas minhas mãos tinham algo mais além da aventura e das conjecturas científicas. Pode não ser regra geral, estou falando apenas do que li, mas mesmo assim é intrigante.
Lembro-me vividamente de um volume de contos que li na adolescência, de uma autora chamada Zora Seljam. O nome do livro já me fugiu, mas cheguei a trocar alguma correspondência com a escritora - naquela época, por carta. Conheci-a pessoalmente numa noite de autógrafos, em Brasília, mas ela residia, se não me engano, nos EUA. E aquele livro me abriu a porta para um gênero "fusion". Ficção científica? Poesia em prosa? Poderia dizer que Ray Bradbury também tem um tom poético, mas sem a brasilidade de Zora.
Depois, lembro de ter lido um romance no qual o protagonista ficava congelado por alguns séculos e finalmente acordava em uma sociedade moralmente mais evoluída. Infelizmente, deste não lembro nem o título nem o autor. Marcou-me apenas que foi indicado pelo meu tio Nelson Pereira de Souza, pois na tal sociedade futura todos falavam esperanto.
E atualmente estou lendo O Espaço Inexplorado, de Ricardo Guilherme. É uma trilogia agora publicada em um só volume. Muito interessante, num ritmo de contador de histórias, sem muitos desvios para descrição de ambientes ou personagens. A filosofia intrínseca vai brotando com naturalidade, sem proselitismo ou pieguice. Alguns leitores materialistas podem até discordar das crenças usadas como pano de fundo, achá-las ingênuas, mas a trama, ágil, é bem escrita. Pode não se comparar aos grandes mestres da FC, como Isaac Asimov ou Arthur Clarke, mas estou gostando bastante de ler. Ah, e tem também uma menção ao esperanto...
Adendo em 12/10/2010:
Depois que postei o texto acima, fiz uma rápida pesquisa na rede e descobri que o livro da Zora Seljam que me marcou chama-se Contos do Amanhã; e que ela faleceu em abril de 2006...
Onde ela estiver, que receba minha gratidão pela influência benéfica no meu gosto por literatura, e por assim ter de alguma maneira participado da formação da minha personalidade ainda adolescente.
sábado, 9 de outubro de 2010
Espiritualidade na ficção científica brasileira
sábado, 18 de janeiro de 2003
Mil momentos
Quando o sol
Se recolhe pra lá do horizonte
Quase sempre esquece pra trás
Alguns raios de luz e calor
E assim
Por alguns preciosos instantes
Todo o céu se enfeita ainda mais
Se cobrindo de lindo rubor
E uma festa se instala no firmamento
Mas é uma festa triste
Até as nuvens sabem que é o fim do dia
E a alegria
Só resiste
Enquanto a lua brilha seu lamento
Se você
Se recolhe pra lá dos meus olhos
Quase sempre esquece em mim
Alguns raios do mais puro amor
E então
Por alguns dolorosos anseios
Todo o meu coração quer um sim
Contraindo um imenso torpor
E uma festa se espalha no pensamento
Mas é uma festa triste
Até meu corpo sabe que você é tudo
E a paz, contudo
Só insiste
Pois a lembrança dura mil momentos.
Letra e música de Flávio Fonseca
Se recolhe pra lá do horizonte
Quase sempre esquece pra trás
Alguns raios de luz e calor
E assim
Por alguns preciosos instantes
Todo o céu se enfeita ainda mais
Se cobrindo de lindo rubor
E uma festa se instala no firmamento
Mas é uma festa triste
Até as nuvens sabem que é o fim do dia
E a alegria
Só resiste
Enquanto a lua brilha seu lamento
Se você
Se recolhe pra lá dos meus olhos
Quase sempre esquece em mim
Alguns raios do mais puro amor
E então
Por alguns dolorosos anseios
Todo o meu coração quer um sim
Contraindo um imenso torpor
E uma festa se espalha no pensamento
Mas é uma festa triste
Até meu corpo sabe que você é tudo
E a paz, contudo
Só insiste
Pois a lembrança dura mil momentos.
Letra e música de Flávio Fonseca
sexta-feira, 19 de maio de 2000
Os mesmos
Eu venho, eu volto,
Eu volto e me vou,
E nesse vai-e-vem
Sempre contigo eu estou.
Às vezes estou lá e você fica aqui
E outras vezes fico e você vai pra lá.
O bom é quando juntos rimos por ali
Ou uma vida inteira nós passamos cá.
Às vezes a penumbra nos faz hesitar
E outras vezes tudo é claro como a paz,
Mas, conscientemente ou sem vislumbrar,
Sentimos que o sentido é viver demais.
Eu venho, eu volto,
Eu volto e me vou,
E nesse vai-e-vem
Sempre contigo eu estou.
Às vezes sou seu filho, cresço em seu calor,
E outras vezes sou seu pai ou seu irmão.
Amigos ou amantes temos muito amor,
Os mesmos sentimentos, mesma direção.
Às vezes te ensino coisas que eu sei
E outras vezes tantas tenho que aprender.
E nisso tudo nosso pensamento é lei,
Mantendo a gente unidos mesmo sem se ver.
Eu venho, eu volto,
Eu volto e me vou,
Aqui ou no além
Sempre contigo eu estou.
Letra e música de Flávio Fonseca
Eu volto e me vou,
E nesse vai-e-vem
Sempre contigo eu estou.
Às vezes estou lá e você fica aqui
E outras vezes fico e você vai pra lá.
O bom é quando juntos rimos por ali
Ou uma vida inteira nós passamos cá.
Às vezes a penumbra nos faz hesitar
E outras vezes tudo é claro como a paz,
Mas, conscientemente ou sem vislumbrar,
Sentimos que o sentido é viver demais.
Eu venho, eu volto,
Eu volto e me vou,
E nesse vai-e-vem
Sempre contigo eu estou.
Às vezes sou seu filho, cresço em seu calor,
E outras vezes sou seu pai ou seu irmão.
Amigos ou amantes temos muito amor,
Os mesmos sentimentos, mesma direção.
Às vezes te ensino coisas que eu sei
E outras vezes tantas tenho que aprender.
E nisso tudo nosso pensamento é lei,
Mantendo a gente unidos mesmo sem se ver.
Eu venho, eu volto,
Eu volto e me vou,
Aqui ou no além
Sempre contigo eu estou.
Letra e música de Flávio Fonseca
sábado, 30 de outubro de 1999
Cara de lã, cara de pão
(A menina)
Eu tenho uma boneca
Com corpo de maçã
Cabelos no arrepio
Cheirinho de hortelã
Os olhos da boneca
São feitos de avelã
Seu beijo é tão macio
Pois tem cara de lã
Cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Abraço ela de noite
Não largo de manhã
Eu gosto tanto dela
Que nem fosse irmã
A gente sonha junto
Com fada e com galã
Na hora da novela
Só dá cara de lã
Cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
(O menino)
Eu tenho um boneco
Com corpo de melão
Cabelos de palito
E cheiro de dragão
Os olhos do boneco
São feitos de feijão
Seu jeito é esquisito
Pois tem cara de pão
Cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Mas todo dia a gente
Se curte de montão
Pois ele, mesmo feio,
Também é meu irmão
A gente aprende junto
Estuda a lição
Na hora do recreio
Só dá cara de pão
Cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Letra e música de Flávio Fonseca
Eu tenho uma boneca
Com corpo de maçã
Cabelos no arrepio
Cheirinho de hortelã
Os olhos da boneca
São feitos de avelã
Seu beijo é tão macio
Pois tem cara de lã
Cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Abraço ela de noite
Não largo de manhã
Eu gosto tanto dela
Que nem fosse irmã
A gente sonha junto
Com fada e com galã
Na hora da novela
Só dá cara de lã
Cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
Cara de lã cara de lã cara de lã
(O menino)
Eu tenho um boneco
Com corpo de melão
Cabelos de palito
E cheiro de dragão
Os olhos do boneco
São feitos de feijão
Seu jeito é esquisito
Pois tem cara de pão
Cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Mas todo dia a gente
Se curte de montão
Pois ele, mesmo feio,
Também é meu irmão
A gente aprende junto
Estuda a lição
Na hora do recreio
Só dá cara de pão
Cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Cara de pão cara de pão cara de pão
Letra e música de Flávio Fonseca
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segunda-feira, 15 de junho de 1998
Seguindo
Sim, eu só quero dizer que te amei
E que com isso fui eu que ganhei
Pois o que ama se sente melhor
Quem mais ama se torna maior
E eu amei tanto que hoje eu amo mais
Caminhando e seguindo a vida em paz
Quanto ao perdão, é difícil dizer que perdoei,
Pois hoje em dia nem lembro o que foi que penei
Por isso me perdoe, mas não quero revidar
Na verdade eu prefiro caminhar.
Letra e música de Flávio Fonseca.
Escrita ao estilo da música "Caminhemos", de Herivelto Martins, em resposta à música "Vingança", de Lupicínio Rodrigues.
E que com isso fui eu que ganhei
Pois o que ama se sente melhor
Quem mais ama se torna maior
E eu amei tanto que hoje eu amo mais
Caminhando e seguindo a vida em paz
Quanto ao perdão, é difícil dizer que perdoei,
Pois hoje em dia nem lembro o que foi que penei
Por isso me perdoe, mas não quero revidar
Na verdade eu prefiro caminhar.
Letra e música de Flávio Fonseca.
Escrita ao estilo da música "Caminhemos", de Herivelto Martins, em resposta à música "Vingança", de Lupicínio Rodrigues.
sábado, 30 de agosto de 1997
O ponto de partida da emoção
Minha amiga,
todos nós somos pontinhos,
pequeninhos,
mas que guardam coração,
qual semente,
que parece esquecida,
mas é vida
preparando a explosão
comovida,
pois que brilha e que sente
como a gente
que irradia vibração
(precisamos
ver com naturalidade
a verdade
que envolve esta questão).
Nós amamos,
mesmo sem ter explodido,
e contidos
numa má situação;
e há seres
com tamanha exuberância,
numa ânsia
de mostrar o que não são,
numa briga
que não levará a nada,
qual pancada
que se dá em furacão,
e pensando
que viver em outro nível
é possível
sem amor e união...
E só quando,
já cansados e sedentos
de momentos
de real evolução,
perceberem
que não há nada lá fora,
eis a hora
de dar nossa opinião.
E diremos,
nós que já fomos cansados,
escoltados
pela nossa solidão,
que devemos
ver em nós nossos caminhos:
os pontinhos
de partida da emoção.
Para a poetisa Áurea Lúcia
todos nós somos pontinhos,
pequeninhos,
mas que guardam coração,
qual semente,
que parece esquecida,
mas é vida
preparando a explosão
comovida,
pois que brilha e que sente
como a gente
que irradia vibração
(precisamos
ver com naturalidade
a verdade
que envolve esta questão).
Nós amamos,
mesmo sem ter explodido,
e contidos
numa má situação;
e há seres
com tamanha exuberância,
numa ânsia
de mostrar o que não são,
numa briga
que não levará a nada,
qual pancada
que se dá em furacão,
e pensando
que viver em outro nível
é possível
sem amor e união...
E só quando,
já cansados e sedentos
de momentos
de real evolução,
perceberem
que não há nada lá fora,
eis a hora
de dar nossa opinião.
E diremos,
nós que já fomos cansados,
escoltados
pela nossa solidão,
que devemos
ver em nós nossos caminhos:
os pontinhos
de partida da emoção.
Para a poetisa Áurea Lúcia
sábado, 30 de março de 1996
Onde quer que eu vá
Vou viajar
Voar sobre o mar
Eu vou passear
Levando meu coração
E então vou amar
Onde quer que eu vá
Vou levar minha voz
Porque nós somos feitos de som
É tão bom!
Vou tocar, vou cantar
O meu Brasil
Onde quer que eu vá.
Escrita sobre música de Rubens Holzmann.
Gravada no CD A Força que Ecoa em Todo Canto.
Voar sobre o mar
Eu vou passear
Levando meu coração
E então vou amar
Onde quer que eu vá
Vou levar minha voz
Porque nós somos feitos de som
É tão bom!
Vou tocar, vou cantar
O meu Brasil
Onde quer que eu vá.
Escrita sobre música de Rubens Holzmann.
Gravada no CD A Força que Ecoa em Todo Canto.
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