quarta-feira, 20 de fevereiro de 1985

Roçar de voz

Um carinho bom
Nesse roçar de voz...
Cor de céu sem fim,
Por onde sei andar...
Folha que o vento afaga e leva,
Vem flutuando vivaz e força
Esse escudo fugaz em que tento esconder
Qualquer vontade que eu possa ter
De sempre ouvir soar a voz.

Se é tom maior,
Balança a sensação,
Faz-me viajar
Por dentro desse som;
Se é menor, todo tom alisa
A emoção que então desperta;
Mas sempre o canto parece em tom pôr de sol
E a razão, que já foi bemol,
Quer apenas ser mais uma voz.


Letra de Flávio Fonseca & Janaína Rocha
Música de Flávio Fonseca

sexta-feira, 8 de fevereiro de 1985

Naturalmente

Artificial não tem lugar,
Porque afinal somos assim:
Se dificultar não é normal,
Esse gesto quer se transmudar
E ter fim, desfalsificar,
Que o tempo é cadente,
Urgente,
Pede para sermos naturais
E muito mais,
Com amor, lucidez,
Mansidão, sensatez,
Que o tempo é sereno,
Ao menos
Deixa que sejamos sempre mais
Que naturais,
Por amor, lucidez,
Mansidão, sensatez.


Letra de Flávio Fonseca & Ulisses Foggetti
Música de Flávio Fonseca