quinta-feira, 21 de março de 1991

Ruído branco

Junta teus momentos,
O riso e a dor,
No moedor, e toma,
Sinta os sentimentos,
O bom e o mau,
No vendaval, e doma.

E saiba
Que tudo é uma coisa só,
Molécula viva do mesmo pó,
Que vai
Balançando no éter-paz,
Num tempo onde o tempo não passa mais.

Gira o arco-íris
De cor ou de som
E o branco tom é soma.
Segue teus porvires,
Sai fora de si,
Já e aqui é coma.

Cresçamos,
Qualquer hora ou lugar,
Porque inexistem agora e cá.
E vamos,
Que tudo nos faz crescer,
O fim do infinito é não morrer.


Musicado por Flávio Fonseca em 8/9/91.