sexta-feira, 20 de maio de 1988

Peito moleque

Nesse meu peito moleque
Escondido tenho um leque
De aventuras colossais
Minha pele é quase "black"
Sou zagueiro e sou beque
E muito mais

Quando o samba vira breque
Reco-reco reco-reque
Pois é tudo carnaval
E sem mais salamaleque
Beijo o copo e a mulher, que
Eu sou normal

Mas você fica tristonha
Molha e salga sua fronha
Diz que tá tudo ruim
Se viajo a serviço
Me acusa de sumiço
E - ai de mim!

Meu amor, por mais que eu peque
Seu olhar me dá um xeque
E eu volto à razão
Diga ao seu pranto que seque
Que, no fundo, o meu pileque
É de paixão.


Composta (letra e música) em João Pessoa/PB, para o sambista João Nogueira, durante turnê que fiz com ele pelo país.